Eu nunca gostei dos anti-padrões de qualquer coisa. Achava que deveriamos ir direto ao ponto, e dar enfase no que "é" uma determinada coisa e não no que ela "não é".
Porém, depois de ter contato com o conteudo do Nassim Taleb e da anti-fragilidade, entendi que, para coisas do dominio complexo, é pela via negativa, a saber, remover o que não é, que se pode entender melhor o que é.
Taleb ilustra esse pensamento com a frase de Michelangelo sobre sua obra prima "a estátua de David": tudo sempre esteve lá, eu só removi os excessos.
Um dos motivos que os OKRs não devem ser associados a bônus financeiros ou mecanismos de avaliação individual é o efeito "Sandbagging".
Se você recebe um incentivo extrínseco por uma meta relacionada a um trabalho que já é pago para fazer, então, você vai se especializar em bater metas, e não nos resultados desse trabalho. Parece um paradoxo, mas, a relação entre os incentivos e os resultados têm correlação mas não causalidade.
Lazlo Bock - chefão do Google, resumiu essa problemática na seguinte frase, tradução minha: "O Google associou os OKRs a bonus de salários. Então, as Pessoas começaram a jogar com o Sistema para garantir seus bonus.
A idéia de associar incentivos financeiros para atingir resultados chave são prejudiciais tanto para o produto quanto para a cultura da empresa”
Notas:
(1) tradução do chart: "Se definirmos nossas metas de vendas abaixo das vendas, sempre bateremos as metas e garantimos nossa comissão de vendas"
(2) Me parece que o Google continua tendo incentivos individuais atrelados a metas dos OKRs.
(3) Ter OKRs individuais é altamente questionável em uma organização.